DIFICULDADES
DE APRENDIZAGEM (DA)
Falar
em Dificuldades de Aprendizagem, em tempo de quarentena, me parece bem
apropriado. Tempo de recolhimento, de aulas suspensas, de famílias em casa, com
atividades “on line”, onde os pais se deparam com temas que nem sempre são de
seu domínio, me remete a chamar a atenção para as DA.
Mas,
o que seria “Dificuldades de Aprendizagem”?
É
bem possível que já tenha ouvido falar em Dislexia, Disgrafia, Disortografia,
Discalculia, TDAH, TDA, Atraso do Desenvolvimento Motor, entre outras
situações.
Estas
são desordens que afetam o processo de ensino e aprendizagem, também são
conhecidas como Dificuldades de Aprendizagem.
Para
melhor compreensão, vou apresentar um resumo do que seria cada uma destas
desordens, a seguir.
DISLEXIA:
caracterizada por muita dificuldade na leitura, e por essa razão, na escrita.
Geralmente, a pessoa não consegue ler, nem mesmo o que escreve. Apresenta muita
dificuldade em jogos com símbolos, pois tem dificuldade em associar a palavra e
a imagem. Também demonstra muita dificuldade de organização. Há a necessidade
de buscar recursos para que ocorram ajustes, os quais possibilitem uma vida,
independente da leitura. Quando isso ocorre, geralmente a pessoa leva uma vida
dentro das condições normais. Na escola se faz necessário um LEDOR. A pessoa
tem boa memória auditiva.
DISGRAFIA:
é uma disfunção na escrita, observa-se que as palavras são escritas sem
espaçamento (nas frases), não há uso de sinais de pontuação, sabe as letras, no
entanto, não faz o traçado, por essa razão costuma-se dizer que a letra é feia
(o que deve ser evitado). É preciso intervenção e também treinar a escrita e
entrar com uma intervenção, pois a pessoa tem dificuldades em executar as
atividades e sofre mentalmente, com isso.
DISORTOGRAFIA:
dificuldade em perceber a forma, os símbolos representados de diferentes
maneiras. A pessoa tem dificuldades em descrever (ambientes, coisas, pessoas),
em função de a memória visual não ser o seu forte. Caracterizada pela inversão
e troca de letras (f/v, p/b, t/d, etc ). É de possível solução, desde que haja
uma intervenção adequada.
DISCALCULIA:
grande dificuldade em desenvolver o raciocínio matemático, confusão com os
números, valores e posições, dificuldades em associar símbolos e sinais (quatro
operações, entre outros), dificuldade em memorizar. Apresenta-se em níveis
diferentes, de maior ou menor intensidade. É tratável e com uma boa
intervenção, pode ser superada, no entanto, necessita do suporte terapêutico e
familiar. É uma dificuldade operacional. Geralmente associada ao déficit de
atenção.
TDA/TDAH
(Transtorno do Déficit de Atenção/Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade: caracterizada por uma agitação extrema, intensa e constante.
Muita dificuldade em concluir o que inicia, falta de persistência,
desorganização, no entanto, se gosta do que está fazendo, o faz com perfeição.
A questão é que a pessoa não consegue filtrar o pensamento e as ideias,
pensamentos, memórias fluem todas ao mesmo tempo. Desatenta, distraída. Apresenta
uma inteligência acima da média e muita criatividade. Atinge de 3 a 5% das
crianças e pode durar para toda a vida. Necessita acompanhamento clínico, por
ter causas neurobiológicas e genéticas, e acompanhamento terapêutico, com
intervenções específicas e apropriadas.
ATRASO
NO DESENVOLVIMENTO MOTOR: percebe-se muita dificuldade em realizar movimentos
voluntários, o que afeta outras funções e atividades. A intervenção é
necessária, mas necessita de outros estímulos.
Há
outras DA, no momento, cito estas, que são mais presentes e observáveis.
Enfatizo
que essas dificuldades, geralmente, vêm associadas a outras questões, tais como
memória, atenção, coordenação motora ampla e fina, desorientação no espaço e no
tempo.
Onde
entra o profissional da Neuropsicopedagogia nisso tudo?
Através
da uma investigação (testagens e protocolos específicos), se faz um estudo de
caso, após se elabora uma intervenção adequada para cada condição, bem como se
faz o encaminhamento para outras especialidades (neurologista, fisioterapeuta,
oftalmologista, otorrino, entre outros especialistas) que se fizerem necessárias.
O
papel da família e da escola é primordial e o diálogo possibilita o alcance de
melhores resultados.
O
tempo não é um inimigo, é um aliado. Nem sempre é possível determinar a
quantidade de sessões necessárias, uma vez que o ser humano é único e há
inúmeros fatores que interferem em seu desenvolvimento.
Nem
todas as dificuldades de aprendizagem tem CURA, até porque não são doenças,
mas, a grande maioria, através de um bom aporte pode oferecer um padrão de vida,
de qualidade.
Uma
palavra-chave se faz presente sempre: ESTIMULAÇÃO. Evidentemente que uma
estimulação planejada e com foco no crescimento pessoal.
SOU
NEUROPSICOPEDAGOGA CLÍNICA.
Coloco-me
ao seu dispor para maiores esclarecimentos.
Abraço
carinhoso
Katia Kerber
Nenhum comentário:
Postar um comentário